Mario Quintana

"Todos estes que ai estão atravacando meu caminho,eles passarão,eu passarinho"

Ossian o bardo é triste como a sombra Que seus cantos povoa. O Lamartine É monótono e belo como a noite, Como a lua no mar e o som das ondas Mas pranteia uma eterna monodia, Tem na lira do gênio uma só corda, Fibra de amor e Deus que um sopro agita: Se desmaia de amor a Deus se volta, Se pranteia por Deus de amor suspira.Basta de Shakespeare. Vem tu agora,Fantástico alemão, poeta ardente Que ilumina o clarão das gotas pálidas Do nobre Johannisberg! Nos teus romances Meu coração deleita?se. . . Contudo Parece?me que vou perdendo o gosto,Vou ficando blasé, passeio os dias Pelo meu corredor, sem companheiro,Sem ler, nem poetar. Vivo fumando.Minha casa não tem menores névoas Que as deste céu d'inverno. . . Solitário Passo as noites aqui e os dias longos;Dei?me agora ao charuto em corpo e alma;Debalde ali de um canto um beijo implora,Como a beleza que o Sultão despreza,Meu cachimbo alemão abandonado! Não passeio a cavalo e não namoro;Odeio o lansquenê. . . Palavra d'honra:Se assim me continuam por dois meses Os diabos azuis nos frouxos membros,Dou na Praia Vermelha ou no Parnaso.

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